domingo, 28 de novembro de 2010

Comédias - Novembro




Um Parto de Viagem - filme bem divertido que utiliza a diferença de personalidades entre os personagens de Robert Downey Jr. e do arroz de festa, após Se Beber Não Case, Zack Galifianakis.

A seriedade do primeiro contrasta com o jeito desleixado do segundo, que faz com que ambos sejam retirados do avião em que se encontravam, por meio de um mal entendido envolvendo uma ameaça terrorista. Ambos embarcam juntos numa viagem de carro até Los Angeles, onde o primeiro filho do personagem de Downey Jr. está prestes a nascer.

Tudo que poderia acontecer de errado de fato ocorre, logicamente surge uma improvável amizade entre os dois opostos, e boas risadas são garantidas.

Muita Calma nessa hora - Esperava muito pouco deste filme, mas trata-se de uma comédia agradável, com bons momentos e algumas cenas verdadeiramente engraçadas. O que fica a desejar é a vontade da Embratel de emplacar "Faz um 21" como o novo "Pede pra sair" e a "interpretação" de Gianne Albertoni, que de biquini vai muito bem, obrigado.

Três amigas partem para Búzios, local da lua de mel da personagem de Andréia Horta (Alice, da HBO) que desiste do casamento após flagrar o noivo com outra. Ela,juntamente com Albertoni e a ex-chiquitita Fernanda Souza, passará por novas experiências e mudará sua perspectiva em relação a vida que levava.

Bacanas as participações de Marcelo Adnet, como um paulista playboy, Serginho Mallandro como um tatuador e Dudu Azevedo como uma drag queen. Mas o melhor mesmo é o personagem de Lúcio Mauro Filho como um chicleteiro chato pra caraco (qualquer semelhança com a vida real é mera coincidência).

A riponga clichê de Débora Lamm tem lá seus momentos constrangedores, mas quando usa de letras de músicas pop nacionais como mantras, garante bons momentos. Em suma, uma sessão da tarde bacaninha...

Minhas mães e meu pai


Filme que foi sensação no Festival de Cannes, tem um elenco bacaníssimo e custou preço de banana para ser feito.

Dois irmãos, a gatíssima, IMHO, Mia Wasikowska (a Alice do Tim Burton) e o moleque Josh Hutcherson (que fez o teste e deveria ter sido escolhido como o novo Homem-Aranha, já que tem a idade correta) são filhos de um casal de lésbicas (Anette Bening e Julianne Moore) que foram fertilizadas com material coletado de um mesmo doador por meio de um banco de sêmen.

O rapaz quer conhecer o pai biológico (Mark Ruffalo) e pede para que a irmã, que acabou de completar 18 anos, entre em contato com ele, que aceita conhecer ambos. A menina se encanta com o "pai", o garoto não dá muita bola, as mães também conhecem o doador, aumentando a crise pela qual passa a relação de ambas, e a vida de todos muda a partir daí.

Filme agradabilíssimo, com trilha sonora indie e interpretações marcantes (Julianne Moore deveria fazer apenas filmes independentes).

Atração Perigosa


Título terrível para o original "The Town", que também não era um primor, mas ficou parecendo aqueles filmes vagabundaços do Supercine.

Quem me conhece sabe que sou grande fã de Ben Affleck, já tendo sido bem sacaneado por causa disso. Fazer o quê? Gostei pra caramba do cara em Procura-se Amy, melhor filme do também ídolo Kevin Smith e passei a acompanhar a carreira do ator (nem toda, passei longe de Pearl Harbor, Jogo Duro e Fantasmas, por exemplo).

Fique muito feliz com o prêmio do Festival de Veneza para o ator com "Hollywoodland" e o primeiro filme dirigido por ele, Medo da Verdade, foi bem recebido pela crítica.

Atração Perigosa mostra Affleck como mentor intelectual de uma série de assaltos a banco cometidos por seu bando (ele também participa dos roubos)em Boston. O pai dele está na cadeia por não delatar os comparsas de um golpe ocorrido há anos. Seu melhor amigo e parceiro no crime, literalmente, é interpretado por Jeremy Renner, de Guerra ao Terror (ótima interpretação). Este cara vai dar o que falar depois do próximo Missão Impossível: Protocolo Fantasma e seu papel com Gavião Arqueiro em Os Vingadores. A ex-namorada do personagem de Affleck, Blake Lively, mostra que a atriz está querendo manter uma carreira na telona depois que Gossip Girl for desta para melhor. Ela manda bem como a mãe de um bebê viciada em drogas. Se Lanterna Verde for o sucesso esperado, scripts novos não vão faltar para a moçoila.

Ao final de um dos assaltos do bando, eles são obrigados a levar uma refém, Rebecca Hall de "Vicky Cristina Barcelona". O personagem de Affleck se apaixona pela moça, o bando passa a ser perseguido pelo agente do FBI interpretado por Jon Hamm (Mad Men) e a tensão se mantém até o final da película.

Excelente filme, com elenco afiado (Affleck não é excelente ator, mas não decepciona), edição eficiente e, como já dito, um estado de tensão que te deixa grudado na poltrona o filme todo.

Tomara que role ao menos uma indicação ao Globo de Ouro para o bom e velho Affleck na cadeira de diretor. Hollywood adora histórias de superação. Estou na torcida...

sábado, 6 de novembro de 2010

Tropa de Elite 2


Como pode ser visto na capa da Rolling Stone deste mês, com a chamada Desconstruindo o Capitão Nascimento, a continuação desconstruiu o filme original.

O que havia no primeiro filme era a discussão se havia a necessidade do herói (ou anti-herói) descer ao nível do vilão, apresentando características do mesmo e usando de métodos pouco convencionais para cumprir a sua missão.

Personagens de mídias diversas como Wolverine e Justiceiro, nos quadrinhos; Rambo, Paul Kersey e Dirty Harry nas telonas, entre outros, povoam o imaginário, servindo de catarse para o cidadão médio, que, não podendo fazer justiça com as próprias mãos, vibra ao observar seus heróis (não tão bonzinhos assim) pipocando, perfurando, esmurrando e detonando os inimigos da sociedade.

Acontece que o segundo filme, apesar de, em alguns momentos, mostrar o agora Tenente Coronel Nascimento esmurrando quem merece e bancando o cabra macho quando precisa, faz um estudo do personagem, que descobre que tudo em que acreditava não era assim tão certo quanto imaginava. O importante agora não é criar frases de impacto (embora elas estejam lá) nem cenas de tortura com o infame saco (embora ele também dê as caras). Como informa o subtítulo, o inimigo agora é outro. Ao final do filme, Nascimento terá seu statuo quo radicalmente modificado, vários personagens terão encontrado seu destino, e o público vai ter assunto a ser discutido em cadeiras de escola e mesar de bar por semanas a fio.

O mais tragicômico é que o filme tenha saído em ano de eleição e que a realidade ali mostrada ainda pareça melhorada quando comparada com o que se vê do lado de cá da tela...