quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Uma Noite em 67
A cerimônia do Oscar de 1939 tinha, entre seus 10 indicados a melhor filme algumas pérolas tais quais E o Vento Levou, O Mágico de Oz, No Tempo das Diligências e Ninotchka. Não invejo quem teve que escolher o melhor entre eles. O mesmo pode ser dito dos votantes para a escolha da melhor canção do III Festival de Música Popular Brasileira da Rede Record, realizado em 1967.
Sempre soube que Alegria, Alegria de Caetano, Roda Viva de Chico e Domingo no Parque de Gil haviam sido concorrentes de festivais da canção. A canção Ponteio, de Edu Lobo, eu já conhecia, mas só reconheci sua intensidade ao presenciar, no ano passado, o show de meu amigo Pecê Sousa, juntamente com um grupo de cantores excepcionais como ele, que o acampanhavam, homenagenando as canções que fizeram parte daqueles festivais.
No filme Uma Noite em 67, descobri que todas estas canções concorreram umas com as outras no mesmo festival, e que a noite de encerramento do mesmo foi um acontecimento histórico e cultural que mudou profundamente o que seria considerado MPB dali em diante.
A película mostra o temor dos intérpretes frente a uma platéia bastante vocal, que já havia escolhido seus heróis e vilões. Sérgio Ricardo sucumbiu às vaias e lançou seu violão à platéia, sendo desclassificado. Caetano conquista a platéia com seu sorriso e o rei Roberto Carlos, apresentando o samba Maria, Carnaval e Cinzas, minimiza as vaias direcionadas a ele e arranca aplausos ao final de sua apresentação.
A edição do filme mistura imagens de arquivo com entrevistas realizadas recentemente com personagens ilustres de tal noite: Roberto, Caetano, Chico, Gil, Edu Lobo, o presidente da Record na época, que compara o programa ao telecatch, tão popular na época, entre outros.
Curioso perceber a mudança que se processaria a partir de então, com a Tropicália iniciada por Caetano, Gil, Mutantes e Rogério Duprat; um Chico Buarque encontrando sua verdadeira voz e o Rei da Jovem Guarda deixando os roquinhos para adentrar na fase "black" e posteriormente, a fase romântica da década de 70.
Documentário recomendadíssimo para apaixonados por música e por quem quer saber mais sobre nosso rico passado histórico, cultural, político e popular.
Imagem retirada do site www.minhanoticia.ig.com.br
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